segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O PODER DOS TEUS OLHOS

Por Jessik Vlinder

É como olhar para dentro de mim mesma e sentir quão pouco eu sei sobre mim.
É como me perder num labirinto abstrato de emoções desconhecidas.
É como naufragar em águas calmas e esperar lentamente a dor chegar.
É como dançar com a hipnose das estrelas cadentes.
É como receber a notícia de uma sentença perpétua.
É como domar uma fera e querer ser dominado por ela.
É como se olhar no espelho e ver a imagem de outra pessoa.
É como estar preso em grades invisíveis.
É como ser rendido por mil homens armados.
É como ser roubado pelo melhor amigo.
É como estar submisso a quem se mais despreza.
É como perder a noção do espaço, do tempo, do chão.
É como ficar nua em meio à multidão.
É como ser invadida por centenas de finas agulhas.
É doloroso, é fúnebre, é tenso...
É atraente, é ofensivo, é invasivo.
É ácido, é sutil, é amargo.
É frio, é carregado, é temeroso.
É inseguro, é preciso, é lascivo.
Olhar-te é, por fim, um plácido suicídio de sentimentos.

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